291. Curta fábula urbana
Joãozinho no metrô
Certa vez, Joãozinho estava no metrô. Eram sete horas da manhã, e o vagão estava simplesmente abarrotado; porém, Joãozinho sendo esperto, voltou até a última estação do Levante para poder ir sentado. Porém, no meio do caminho, entrou uma senhora de boa idade já; quando Joãozinho pensou em levantar-se para ceder o lugar – apesar de não estar sentado no proibido banco cinza – chegou outra senhora também de boa idade. «E agora?», pensou Joãozinho, «para qual senhora darei o assento?». Enquanto o bom Joãozinho pensava, chegou uma terceira senhora, nas mesmas condições das outras. Joãozinho não levantou a vista e inspecionava as senhoras pelo florido do vestido. «Serei democrático: já que não posso ceder o lugar para que as três se sentem, então continuarei sentado». Depois de chegar à igualitária solução, Joãozinho adormeceu numa soneca dos justos. O que é justo e elevado.
6 Comentários:
qdo entra uma velha no metrô, ou no ônibus, finjo q estou dormindo...
tudo bem, joãozinho, não precisa ficar com vergonha :)
Sempre ter à mão um livro ou nos ouvidos um fone. É batata. Todos, no transporte público, vagamente respeitam tais subterfúgios de introspecção cultural.
hahahaahahaaa.
joãozinho é um menino muito justo ;]
pensou muito, devia ter-se levantado logo à primeira
Jeferson,
Quando estou sob efeito dos meus remedinhos (pro meu coraçãozinho, pobrezinho), também durmo.
Dani,
Pode deixar, Dani. Se encontro o Joãozinho, lhe dou o recado.
Érico,
Sim, sim. Só não sei se o Joãozinho é muito de livros... sabe, ele foi puxado dos irmãos Grimm, bem possivelmente ele é filho duns labregos analfabetos.
Lela,
Pois é: analfabeto, porém justo.
Sem Cantigas,
Pois é: analfabeto, justo, porém de raciocínio lerdo.
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