269. A Consciência
Por Joan Manuel Serrat.
(Tradução dedicada à Camila)
No-la endossam desde a infância
É partidista e desproporcionada.
Complemento do pecado
e do remordimento,
não nos deixa dormir em paz e nos tira a vontade.
Nos amolda a um roteiro convencional
onde quase nunca somos protagonistas.
A consciência, senhores,
nos faz esconder nos sótãos
o que deveria estar na vitrina.
Nos seria suficiente o respeito, a sinceridade
e um pouquinho de benevolência.
Porém, nos penduram, sem alguma necessidade,
o peso da consciência.
É de todo anticonstitucional.
Fomenta a mentira e aliena.
Não nos deixa mover
com espontaneidade.
A quintacolunista do sistema.
Leva-me pelo caminho das pedras.
Não pode deixar-se estar, de passar fatura
nem de beliscar-me os dedos
quando estamos a trocar figurinhas
que a mim me faltam e tu tens repetidas.
Nos seria suficiente o respeito, a sinceridade…
De fora mandam leis e regulamentos
e de dentro ela completa a bronca.
Isso não pode ir bem.
Logo em seguida vê-se que
alguém quer fazer entrar a chave pelo lado errado.
E quem deve estar por trás de tudo isso?
Que nos confunde as necessidades e os vícios?
Libertemos os sentidos
e, como diz a polícia
investiguemos quem deles aproveita.
La consciència (1984)
Ens l’encolomen des de la infantesa.
És partidista i desproporcionada.
Complement del pecat
i del remordiment,
no ens deixa dormir en pau i ens treu la gana.
Ens emmotlla a un guió convencional
on gairebé mai som protagonistes.
La consciència, senyors,
ens fa amagar a les golfes
el que hauria d’estar a l’aparador.
N’hi hauria prou amb el respecte, la sinceritat
i una miqueta de benevolència.
Però ens pengen, sense cap necessitat,
la llufa de la consciència.
És del tot anticonstitucional.
Fomenta la mentida i aliena.
No ens deixa bellugar
amb espontaneïtat.
La quintacolumnista del sistema.
Em porta pel camí del pedregar.
No se’n pot estar, de passar factura
ni de picar-me els dits
quan estem canviant cromos
que a mi em falten i tu tens repetits.
N’hi hauria prou amb el respecte, la sinceritat
i una miqueta de benevolència.
Però ens pengen, sense cap necessitat,
la llufa de la consciència.
De fora manen lleis i reglaments
i de dins ella completa la «bronca».
Això no pot anar bé.
De seguida es veu que
algú vol fer entrar el clau per la cabota.
Què hi deu haver darrera tot això?
Qui ens confon les necessitats i els vicis?
Alliberem els sentits
i, com diu la policia,
investiguem els qui en treuen profit.
4 Comentários:
Sérgio!
Que emoção! Nunca ganhei um post!
Assim você não só confirma o que eu sempre achei (sim, você é um amor), como deixa-me mal acoustumada...rs
Obrigada
Ca
Citando a Mafalda de Quino, digo-te:
A minha consciência é afónica!
;)
maldita consciência!
(corrige "vitirna")
não é maldita, é nossa companheira, senão fosse ela como seria?
pois não sei, comigo está sempre a funcionar e enquanto durmo vem o meu amigo da onça o subconsciente e aí tudo se complica!
nunca estou só!
:-)
Camila,
Ora, de nada! ;)
Caiê,
Quem dera se a minha fosse afônica. A minha consciência junto com a minha imaginação é a Orquestra Central das Volksarmee tocando marcha o dia todo. E é sim, de todo, anticonstitucional.
Sem Cantigas,
A minha é maldita mesmo. (o vitrina foi já corrigido) A consciência é um peso, um peso! Feliz de quem encontrou pela primeira vez essa comparação.
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