240. A faixa da discórdia
Como já é de conhecimento geral, o Governo Federal abriu uma licitação para a confecção de uma nova faixa presidencial. Artefato por si só ridículo e antiquado (1) mas faz parte do Cerimonial e por isso tem o meu respeito. A grande atribulação não é com relação à faixa em si, ou que o número de estrelas nas Armas Nacionais pendentes da mesma estariam defasadas (parece-me que o Edital ignorou a estrela representante do Estado de Tocantins), mas com o valor da faixa, orçada em pavorosos R$ 38 mil.
É visível a indignação popular: comenta-se pela rua, o absurdo de ser tão cara uma «faixa de pano». Certo que tem umas incrustações de pedras preciosas, uns fios de ouro, mas nada que justifique R$ 38 mil de gastos vindos do Erário público. O povo está indignado; eu, por minha vez, faria pior: além da faixa, mandaria fazer também um cetro (igual àquele cajado republicano que os Presidentes argentinos usam) e um barrete frígio à moda republicana. Orçaria tudo nuns R$ 100 mil. Indignação por indignação, gastemos mais e demos razão a esse povo miserável, que fica a regular ninharias aos mandatários da Nação. Afinal de contas, eles merecem.
(1) A faixa presidencial foi introduzida em 1910, durante o Governo Hermes da Fonseca (quem?), ou seja, um presidente obtuso, uma resolução inócua. Talvez seja essa a maior contribuição do Marechal Hermes para o País.
2 Comentários:
Consta que o barrete frígio era primordialmente usado nas lojas de pedreiros-livres franceses como distintivo do neófito. Id est, a República ainda não sabe de nada.
ma como pode uma coisa dessa, batima? me explica essa porra.
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