313. Cacareja, cidadão!
Comportamo-nos como galinhas assustadas, foi isso que aconteceu no último dia 15; fomos umas galinhas, como somos galinhas com tudo. Afinal, quem quer dar a tapa à cara? É mais fácil esconder-se, concordo, o medo nos domina. Mas não haveria bandidos suficientes para nos matar a todos. Mas como nem sabemos o que significa o sentimento de coletivo, aproveitaram-se disso; a ameaça foi como se tivesse sido desferida contra cada um de nós. Cada um só via a si mesmo morto e baleado. Os outros? Que se danassem!
Como me vêm falar de um país diferente, de igualdade social, de direitos civis, de uma sociedade melhor, sendo que em tudo, somos umas galinhas assustas. E se aproveitam disso, todos. Ficou patente porque foi o «poder paralelo» que manejou o cetro dessa vez. Mas o Poder Público – que elegemos para que nos represente – faz isso conosco todo o tempo! Quando muda algum dos mandatários executivos, não se sabe se determinados procedimentos permaneceram da mesma forma; ou que aquela novidade introduzida pelo prefeito em término de mandato será mantida – mesmo que ele seja reeleito. Da mesma maneira que a criminalidade nos atormenta com os projéteis, os nossos representantes nos ameaçam com leis e regulamentos, com o jogo de toma-lá-dá-cá. Haja vista a balbúrdia que é aprovar o Orçamento Federal todo ano.
Entre o Primeiro Comando da Capital e as agremiações partidárias, ultimamente, há muito pouca diferença. Ambos nos ameaçam. Experimente não ir votar, ou não se alistar no Exército, ou negar-se a ir trabalhar de mesário. Os dois poderes enfiam a mão no nosso bolso e não nos retornam nada: um, muito mais honesto, com uma arma ou um canivete apontado contra um; o outro, subtilmente, de pouco em pouco, uns centavos no quilo de feijão, outros no saco de arroz, uns diretamente da sua conta bancária. Os dois enfiam a mão no nosso bolso; são tecnicamente iguais.
O pior de tudo é a postura do Estado, baseado em conceitos do politicamente-correto, em fazer que nos sintamos responsáveis pela situação caótica. «A esmola é o imposto social pela miséria», o tanto que se arrecada em impostos nesse país, para onde vai? É a pergunta que escuto desde que tinha 5 anos; meu pai a faz, meu avô a fazia. Tanto se a faz, que virou já clichê.
O Estado, no modelo atual, na situação atual - e pelo menos cá, em Pindorama - é uma instituição morta-viva: morta para uma coisas e vivíssima para outras; para a cobrança de impostos por exemplo. E nós, tratados como galinhas de granja pelos empregadores - leia-se em abstrato, mesmo você, profissional liberal: produzam, produzam! - e pelo Estado - queremos os ovos somente... - dizem-nos, dizem-nos: «Cacareja, cidadão!»
Como me vêm falar de um país diferente, de igualdade social, de direitos civis, de uma sociedade melhor, sendo que em tudo, somos umas galinhas assustas. E se aproveitam disso, todos. Ficou patente porque foi o «poder paralelo» que manejou o cetro dessa vez. Mas o Poder Público – que elegemos para que nos represente – faz isso conosco todo o tempo! Quando muda algum dos mandatários executivos, não se sabe se determinados procedimentos permaneceram da mesma forma; ou que aquela novidade introduzida pelo prefeito em término de mandato será mantida – mesmo que ele seja reeleito. Da mesma maneira que a criminalidade nos atormenta com os projéteis, os nossos representantes nos ameaçam com leis e regulamentos, com o jogo de toma-lá-dá-cá. Haja vista a balbúrdia que é aprovar o Orçamento Federal todo ano.
Entre o Primeiro Comando da Capital e as agremiações partidárias, ultimamente, há muito pouca diferença. Ambos nos ameaçam. Experimente não ir votar, ou não se alistar no Exército, ou negar-se a ir trabalhar de mesário. Os dois poderes enfiam a mão no nosso bolso e não nos retornam nada: um, muito mais honesto, com uma arma ou um canivete apontado contra um; o outro, subtilmente, de pouco em pouco, uns centavos no quilo de feijão, outros no saco de arroz, uns diretamente da sua conta bancária. Os dois enfiam a mão no nosso bolso; são tecnicamente iguais.
O pior de tudo é a postura do Estado, baseado em conceitos do politicamente-correto, em fazer que nos sintamos responsáveis pela situação caótica. «A esmola é o imposto social pela miséria», o tanto que se arrecada em impostos nesse país, para onde vai? É a pergunta que escuto desde que tinha 5 anos; meu pai a faz, meu avô a fazia. Tanto se a faz, que virou já clichê.
O Estado, no modelo atual, na situação atual - e pelo menos cá, em Pindorama - é uma instituição morta-viva: morta para uma coisas e vivíssima para outras; para a cobrança de impostos por exemplo. E nós, tratados como galinhas de granja pelos empregadores - leia-se em abstrato, mesmo você, profissional liberal: produzam, produzam! - e pelo Estado - queremos os ovos somente... - dizem-nos, dizem-nos: «Cacareja, cidadão!»
3 Comentários:
Jovem, és perspicaz...
Abraço
O Brasil é o único país que conheço que não teve apogeu: nasceu e vai direto e sem escalas para o perigeu.
Da barbárie à decadência... sim, sim.
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