Faber est suae quisque fortunae
Pelo consueto tédio dominical, folheava eu o dicionário de italiano, o Zingarelli; girando as folhas a esmo, caí justo sobre as locuções latinas mais usadas em italiano e minha vista atraída para essa frase: faber est suae quisque fortunae, frase atribuída a Ápio Cláudio Cieco do Pseudo-Sallustio, Epistula ad Caesarem senem de re publica I, 1, 2, que significa: cada um é o artífice do próprio destino.
Agora vem a minha inquïetação: será mesmo? Mesmo sendo eu ateu de carteirinha, parece que o maldito do Acaso é sim regido por uma força estranha, mas não por aquela que caracterizaria o deus dos Cristãos, mas sim uma divindade assaz desgraçada que se diverte à custa dos idiotas sobre a terra. Talvez o pior não seja ser um idiota medíocre, viver feito mal feito gado, sentir-se jogado feito um trapo, mas sim ter plena consciência disso e ruminar o fato sentado na cama, às 11 horas da manhã dum domingo.
Por isso que me são muito mais verossímeis os deuses vendicativos dos romanos, dos gregos e outras civilizações originariamente politeístas. Quando será que se tomará consciência que assim não mais se pode estar? A imbecilidade alheia me dá asco, tenho gana de vomitar; ao metrô, aquela grei desperada, um tentando passar por cima do outro, numa pressa absolutamente inútil. Quando é que as pessoas vão se dar conta de que isso, de chefes obtusos, de almoços-de-quinze-minutos (òs meus amigos bancários, pobrezitos!), de cidades-dormitórios, dessa vida urbana que cada vez mais vai se tornando insuportável.
Devo admitir que nesse domingo, a minha tolerância baixou a zero, depois de oito anos de vida de gado.
E são coisas que, infelizmente, um só não muda. Essa coisa de que cada um faz o seu destino é idéia do pessoal do Marketing (argh!) e de outras pós-modernidades insulsas e ilusórias. Cairão estados, arruinar-se-ão potências, homens morrerão sob o porrete do Fundamentalismo; nada pode ir contra a Estupidez colectiva.
Agora vem a minha inquïetação: será mesmo? Mesmo sendo eu ateu de carteirinha, parece que o maldito do Acaso é sim regido por uma força estranha, mas não por aquela que caracterizaria o deus dos Cristãos, mas sim uma divindade assaz desgraçada que se diverte à custa dos idiotas sobre a terra. Talvez o pior não seja ser um idiota medíocre, viver feito mal feito gado, sentir-se jogado feito um trapo, mas sim ter plena consciência disso e ruminar o fato sentado na cama, às 11 horas da manhã dum domingo.
Por isso que me são muito mais verossímeis os deuses vendicativos dos romanos, dos gregos e outras civilizações originariamente politeístas. Quando será que se tomará consciência que assim não mais se pode estar? A imbecilidade alheia me dá asco, tenho gana de vomitar; ao metrô, aquela grei desperada, um tentando passar por cima do outro, numa pressa absolutamente inútil. Quando é que as pessoas vão se dar conta de que isso, de chefes obtusos, de almoços-de-quinze-minutos (òs meus amigos bancários, pobrezitos!), de cidades-dormitórios, dessa vida urbana que cada vez mais vai se tornando insuportável.
Devo admitir que nesse domingo, a minha tolerância baixou a zero, depois de oito anos de vida de gado.
E são coisas que, infelizmente, um só não muda. Essa coisa de que cada um faz o seu destino é idéia do pessoal do Marketing (argh!) e de outras pós-modernidades insulsas e ilusórias. Cairão estados, arruinar-se-ão potências, homens morrerão sob o porrete do Fundamentalismo; nada pode ir contra a Estupidez colectiva.
1 Comentários:
Sua Alteza já estará, a esta altura, a par do movimento pelo descamuflamento? Eu cá veniado venho vos dizer que deuses, sejam quais forem, são sempre vindicativos: meu Deus vai pegar todo mundo lá fora. Senão, porra, arranjo outro. Tcherto?
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