196. Democracia e literatura
Felizmente são duas coisas incompatíveis. Isso de ficar com afectações politicamente-correctas de fulano, sob tal ponto de vista é bom ou a prosa de beltrano deve ser interpretada sob outro ponto de vista não enriquece nada e ameaça com a entrada de obras pífias no cânone da Literatura, pois queira ou não, cânone literário é uma coisa que aïnda existe (aïnda bem).
Hoje, há-de ter colhões e dizer na cara de quem quer que seja: Você está lendo isso? Eu não forraria a gaiola do meu papagaio com essas páginas...
É o que eu sempre digo: quem se lembrará de Paulo Coelho ou Zíbia Gasparetto daqui a cem anos? Ou melhor, não precisamos ir tão longe; daqui a vinte anos? Defecações pseudo-literárias logo o tempo as varre.
Os mesmos preceitos valem para as defecações de ordem musical.
Certamente haverá quem diga «mas tem boa aceitação entre o público». E quem diz que o público desse païs tem bom-gosto ou bom-senso, ou sequer que leia? Note-se que nosso mercado editorial tem o mesmo tamanho do da Argentina, que é um païs com um sexto da nossa população.
Fiquei curioso de ler algo do Milton Hatoum; falaram-me muito bem dele, um escritor como há vários decênios não se via nessas terras.
Aïnda em tempo: um perigoso palhaço franquista.
Real Esculachadoria Venarda: espiritismo, Allan Kardec, Bezerra de Meneses, Literatura Brasileira, literatura marginal.
Hoje, há-de ter colhões e dizer na cara de quem quer que seja: Você está lendo isso? Eu não forraria a gaiola do meu papagaio com essas páginas...
É o que eu sempre digo: quem se lembrará de Paulo Coelho ou Zíbia Gasparetto daqui a cem anos? Ou melhor, não precisamos ir tão longe; daqui a vinte anos? Defecações pseudo-literárias logo o tempo as varre.
Os mesmos preceitos valem para as defecações de ordem musical.
Certamente haverá quem diga «mas tem boa aceitação entre o público». E quem diz que o público desse païs tem bom-gosto ou bom-senso, ou sequer que leia? Note-se que nosso mercado editorial tem o mesmo tamanho do da Argentina, que é um païs com um sexto da nossa população.
Fiquei curioso de ler algo do Milton Hatoum; falaram-me muito bem dele, um escritor como há vários decênios não se via nessas terras.
Aïnda em tempo: um perigoso palhaço franquista.
Real Esculachadoria Venarda: espiritismo, Allan Kardec, Bezerra de Meneses, Literatura Brasileira, literatura marginal.
4 Comentários:
tem coisa que não dá, não dá... O pior é qdo vc é um dos únicos que não considera tal ou qual autor um "clássico", ou "crássico" (sic).
entre animais: erika patolino afirmou recentemente que adora pato coelho, e até que o acha 'sexy'. eu não sei o que é pior. tipo, sexy? convenhamos, careca com rabo de cavalo é 1989 demais, né?
eu? imagina se euzinha leio a erika patolino... hum, foi... um amigo me contou, é, foi isso.
Minha intenção era desejar um feliz dia das crianças, mas ao ler seu post eu fui tomada por uma revolta: se eu estiver viva daqui a 50 anos EU VOU LEMBRAR DA ZIBIA GASPARETTO! Afinal, eu sonho todas as noites com aquela overdose de "Laços Eternos" que assola minhas viagens de metrô diariamente... para sobreviver a isso, assim que eu vejo dois exemplares eu lanço mão do meu exemplar do Grande Sertão, que anda sempre comigo ( porcausa disso é capaz que eu esteja viva daqui a 50 anos! )...
Beijo
Ca
Messer Tartufo,
Por mais que a sua colocação me irrite, sou obrigado a concordar, malvolentieri.
Jeff
As pessoas adoram um balaio-de-gato uniformizante. Guilhotina para elas.
Dani
Bem, eu não sou nenhuma autoridade (com exceção à pentametroquádrica Venárdia) nesses assuntos, nem nenhuma beldade, mas achar o Pablo Conejo sexy, é un po' di più. Sei que Você não lê, viu.
Camila,
Que nada, isso logo se lhe passa, você só lembrará dos amorfos e coloridos volumes, e fará um esforço para lembrar e nada. Também me traumatizo com as visões de metrô (junto dos livros de vendas, marketing, informática e outros, massa inerte). Grande Sertão é um senhor antídoto, creio que logo o começarão a editar no Instituto Butantan.
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