domingo, outubro 9

193. A Europa começará em Istambul


Més lluny, sempre aneu més lluny,
més lluny de l’avui [...]

(L. Llach)


Bem, eu não sou europeu, mas visto que o nosso projecto comunitário está quase falido por testardia do gover Argentina, tem me chamado a atenção a aceitação da candidatura da Turquia à União Européia. Chamou-me aïnda mais a atenção pelo destaque dado pelo Estado de hoje e o texto coeso e sensato historiador britânico Timothy Garton Ash. Tiro minas opiniões pessoais: caso a Turquia seja de facto aceita na UE, será um exemplo a ser seguido pelos demais païses muçulmanos: um estado laico e convivência harmoniosa com o Ocidente.
A Turquia pede há quarenta anos o ingresso na UE; mas acredito que essa vontade vem desde quando a UE sequer equer existia; o que Mustafá Kemal Atatürk (Atatürk, o pai dos turcos) almejava com a laicização, o banimento de costumes muçulmanos extremados e a adoção do alfabeto latino para a língua turca (noves-fora, muito mais coerente para o idioma) era justamente a inclusão da Turquia no Ocidente, na Europa, e é inegável que os frutos dessa ocidentalização são lustrosos e visivelmente saborosos: mesmo durante o Ramadã, é possível ver, enquanto os alto-falantes clamam pelos fiéis a orar, pessoas almoçando tranqüilamente ao meio-dia. O islamismo turco é tal qual o catolicismo na Europa Ocidental: existe, mas não se mistura com o Estado, a plena separação entre poder religioso e temporal. A Turquia é um exemplo para o Mundo Muçulmano, e enquanto a estátua de Atatürk que existe em Istambul continuar a olhar em direção à Europa, existem grandes e promissoras possibilidades do païs ingressar no bloco.

Real Escritório de Estatística: Valéry Giscard d’Estaing, Tratado de Roma, critérios de Copenhagem, tratado de Maastricht, Bósforo e Dardanelos, Império Otomano, Recep Tayyip Erdogan, genocídio armênio.

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