Dez asnidades
- Crise política: afinal de contas, é sempre a mesma velha canalha, ajuntada agora dos vermelhos, «quando se chega ao poder, adeus Proust!, adeus, Brecht!». Uma solução para o país: explodimo-lo e façamo-lo novamente; eu posso contribuir com os meus instintos pirômanos.
- Problemas do sistema público de saúde: botem fogo nos hospitais. Todos os doentes serão tratados em mangues, imersos na lama e usando-se ainda de musicoterapia: Sidney Magal.
- Gorbatchóv pra presidente do Brasil.
- Eduardo Suplicy daria um perfeito Primeiro-Ministro. É uma pena que o cargo não exista.
- O ambiente de trabalho dos operadores de telemarketing seria muito mais produtivo se os empregadores, em toda sala de telefonistas, colocassem um grande retrato do saudoso Lênin - em pose ao vento - e convencer os empregadores de que eles estão ali por uma sociedade mais justa e igualitária, e a chave desse luminoso porvir é a venda de cartões de crédito. Viva a Mãe-Rússia, casa dos homens livres!
- Diretas pra Reitor; desde que possamos queimar o precedente em praça pública ao som solene duma banda marcial tocando Besame mucho.
- Uma estátua do Machado de Assis bem no meio da praça Sílvio Romero.
- CLT é regime para pederastas imbuídos de e embebidos em cursos de vendas; eu quero é ser estatutário!
- A Burocracia existe para tentar manter um pouco de ordem na pressa dos porcos desta imensa pocilga que é o Brasil-il-il.
- Nunca seremos nada: nossa Independência foi proclamada por um príncipe mimado de camisolão que brigou com o pai; nossa República, por um Marechal monarquista com apendicite; tivemos um Regime Militar que foi uma sucessão de generais enrugados que prefeririam estar pescando ou montando cavalos a governar; tivemos um presidente toxicômano - emérito cafungador! Talvez seremos algo sim, no futuro, quando o Brasil se descolar da América do Sul e começar a afundar, obliquamente, no Atlântico.
6 Comentários:
Nossa, "Nunca seremos nada: nossa Independência foi proclamada por um príncipe mimado de camisolão que brigou com o pai; nossa República, por um Marechal monarquista com apendicite; tivemos um Regime Militar que foi uma sucessão de generais enrugados que prefeririam estar pescando ou montando cavalos a governar; tivemos um presidente toxicômano - emérito cafungador! Talvez seremos algo sim, no futuro, quando o Brasil se descolar da América do Sul e começar a afundar, obliquamente, no Atlântico". Wow!
Beijos
Fátima
como sempre, o príncipe de vernardis não brinca em serviço!
saudações.
Fátima,
duras verdades, duras verdades. Como nós, país colonizado e indolente podemos almejar alguma coisa?
Lela,
Tem razão, eu não brinco em serviço. Tanto que geralmente essas idéias iconoclastas me vêm quando estou na minha pequena seção de repartição pública.
e acaso existe melhor lugar para se refletir sobre os dissabores deste país?
Proust? Brecht? Vossa Alteza anda bastante panglossiano, mondieu. Preferimos - respeitosamente - acreditar que os chefes danação jamais leram nada na vida a não ser o canto superior direito dos cheques. Assim ficaríamos livres da tentação de reputá-los ignorantes: estão bem aquém disso.
Quanto à estátua de Machado, iniciemos a campanha "Bronze para Machado", conclamando os cidadãos a doarem amálgamas dentários e mesmo algemas sado-maso.
Érico,
Pois é, é que a parte que cita os augustos escritores é trecho de uma música do Llach (quando eu dou com uma coisa, depois haja!) que se chama Neofatxes globals e num dos versos tem a frase entre aspas; temos de admitir que os políticos europeus, mesmo da Direita e mesmo espanhóis (ó!) são mais intelectualizados que os nossos.
Quanto à campanha para o bronze, eu apóio; e entre os itens fundíveis, poderíamos incluir também medalhas de campeonatos de dominó e troféus de botcha (boccia).
Por fim, mas não menos importante, acho que o senhor precisa também de um título de nobreza. Quer que eu o conceda?
Lela,
Sim, sim; talvez num castelo sitiado de bárbaros armados de alto-falantes de terríveis cds de música decadente (leia-se axé, pagodaços e fânque).
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