sexta-feira, setembro 2

Dez asnidades

  1. Crise política: afinal de contas, é sempre a mesma velha canalha, ajuntada agora dos vermelhos, «quando se chega ao poder, adeus Proust!, adeus, Brecht!». Uma solução para o país: explodimo-lo e façamo-lo novamente; eu posso contribuir com os meus instintos pirômanos.
  2. Problemas do sistema público de saúde: botem fogo nos hospitais. Todos os doentes serão tratados em mangues, imersos na lama e usando-se ainda de musicoterapia: Sidney Magal.
  3. Gorbatchóv pra presidente do Brasil.
  4. Eduardo Suplicy daria um perfeito Primeiro-Ministro. É uma pena que o cargo não exista.
  5. O ambiente de trabalho dos operadores de telemarketing seria muito mais produtivo se os empregadores, em toda sala de telefonistas, colocassem um grande retrato do saudoso Lênin - em pose ao vento - e convencer os empregadores de que eles estão ali por uma sociedade mais justa e igualitária, e a chave desse luminoso porvir é a venda de cartões de crédito. Viva a Mãe-Rússia, casa dos homens livres!
  6. Diretas pra Reitor; desde que possamos queimar o precedente em praça pública ao som solene duma banda marcial tocando Besame mucho.
  7. Uma estátua do Machado de Assis bem no meio da praça Sílvio Romero.
  8. CLT é regime para pederastas imbuídos de e embebidos em cursos de vendas; eu quero é ser estatutário!
  9. A Burocracia existe para tentar manter um pouco de ordem na pressa dos porcos desta imensa pocilga que é o Brasil-il-il.
  10. Nunca seremos nada: nossa Independência foi proclamada por um príncipe mimado de camisolão que brigou com o pai; nossa República, por um Marechal monarquista com apendicite; tivemos um Regime Militar que foi uma sucessão de generais enrugados que prefeririam estar pescando ou montando cavalos a governar; tivemos um presidente toxicômano - emérito cafungador! Talvez seremos algo sim, no futuro, quando o Brasil se descolar da América do Sul e começar a afundar, obliquamente, no Atlântico.

6 Comentários:

Anonymous Anónimo disse...

Nossa, "Nunca seremos nada: nossa Independência foi proclamada por um príncipe mimado de camisolão que brigou com o pai; nossa República, por um Marechal monarquista com apendicite; tivemos um Regime Militar que foi uma sucessão de generais enrugados que prefeririam estar pescando ou montando cavalos a governar; tivemos um presidente toxicômano - emérito cafungador! Talvez seremos algo sim, no futuro, quando o Brasil se descolar da América do Sul e começar a afundar, obliquamente, no Atlântico". Wow!

Beijos

Fátima

domingo, setembro 04, 2005 10:32:00 da manhã  
Blogger Unknown disse...

como sempre, o príncipe de vernardis não brinca em serviço!

saudações.

domingo, setembro 04, 2005 3:52:00 da tarde  
Blogger Sérgio disse...

Fátima,

duras verdades, duras verdades. Como nós, país colonizado e indolente podemos almejar alguma coisa?

Lela,

Tem razão, eu não brinco em serviço. Tanto que geralmente essas idéias iconoclastas me vêm quando estou na minha pequena seção de repartição pública.

domingo, setembro 04, 2005 10:31:00 da tarde  
Blogger Unknown disse...

e acaso existe melhor lugar para se refletir sobre os dissabores deste país?

segunda-feira, setembro 05, 2005 12:03:00 da manhã  
Blogger Érico disse...

Proust? Brecht? Vossa Alteza anda bastante panglossiano, mondieu. Preferimos - respeitosamente - acreditar que os chefes danação jamais leram nada na vida a não ser o canto superior direito dos cheques. Assim ficaríamos livres da tentação de reputá-los ignorantes: estão bem aquém disso.
Quanto à estátua de Machado, iniciemos a campanha "Bronze para Machado", conclamando os cidadãos a doarem amálgamas dentários e mesmo algemas sado-maso.

segunda-feira, setembro 05, 2005 9:44:00 da manhã  
Blogger Sérgio disse...

Érico,

Pois é, é que a parte que cita os augustos escritores é trecho de uma música do Llach (quando eu dou com uma coisa, depois haja!) que se chama Neofatxes globals e num dos versos tem a frase entre aspas; temos de admitir que os políticos europeus, mesmo da Direita e mesmo espanhóis (ó!) são mais intelectualizados que os nossos.
Quanto à campanha para o bronze, eu apóio; e entre os itens fundíveis, poderíamos incluir também medalhas de campeonatos de dominó e troféus de botcha (boccia).
Por fim, mas não menos importante, acho que o senhor precisa também de um título de nobreza. Quer que eu o conceda?

Lela,

Sim, sim; talvez num castelo sitiado de bárbaros armados de alto-falantes de terríveis cds de música decadente (leia-se axé, pagodaços e fânque).

segunda-feira, setembro 05, 2005 10:25:00 da manhã  

Enviar um comentário

<< Home