Fidarsi; vabbè, ma di...? (Confiar; é, mas em quem?)
No começo, priscas eras do início da década de 1980, havia a religião. Minha egrégia genitor me levava à igreja de São Pedro para acender lamparinas – ainda existem? -, eu, piedosamente, as levava até uma capelinha secundária, quando sempre no meio do caminho, interceptava-me o padre João, alemão de nascimento. «Oh, que bonitinho! Vai acender uma velinha e vai rezar, não é?». Eu olhava para a minha mãe e ela sorria de volta. Pessoalmente, o padre me assustava um pouco, era corpulento e vivia vermelho, mesmo no Inverno. Passado o obstáculo, depunha a lamparina e rezava o meu Padre-Nosso estropiadíssimo, afinal, como reza uma criança de três anos e meio?
Depois veio a escola. Podíamos mudar o mundo, se estudássemos; então, em 1992, veio a reforma do ensino e todo mundo passava automaticamente – somente os muito estúpidos ou negligentes ficavam para trás – e outro sonho que se desmanchou.
Colégio técnico idem. Entra-se pensando uma coisa; saí um Técnico Industrial em Edificações de araque – mas, atentai bem, com registro no Crea, um belo atestado oficial de incompetência. Do que vi no colégio, me lembro de muito pouca; afinal, nunca consegui trabalhar com Construção Civil; nas entrevistas, sempre fui rechaçado pela timidez característica da minha pessoa. Nesse ponto, perdi também a confiança no ser humano.
Trabalhei numa empresa de telecomunicações; dava meu sangue por ela. Quantos sábados, domingos e feriados perdidos em nome de um «ideal». Bem certo que me foram pagas as horas-extra, centésimo sobre centésimo, mas, quando terminou o conto-de-fadas, todos para a rua. Sem ai, nem mais.
Foi então, que se me reacendeu: porque você não deposita suas esperanças no amor? Não é necessário dizer que a reação durou poucas semanas. Talvez alguns meses, um ou dois pares deles. Comunismo? Muito vago. E então, eu pergunto: é possível confiar em algo ou em alguém?
Depois veio a escola. Podíamos mudar o mundo, se estudássemos; então, em 1992, veio a reforma do ensino e todo mundo passava automaticamente – somente os muito estúpidos ou negligentes ficavam para trás – e outro sonho que se desmanchou.
Colégio técnico idem. Entra-se pensando uma coisa; saí um Técnico Industrial em Edificações de araque – mas, atentai bem, com registro no Crea, um belo atestado oficial de incompetência. Do que vi no colégio, me lembro de muito pouca; afinal, nunca consegui trabalhar com Construção Civil; nas entrevistas, sempre fui rechaçado pela timidez característica da minha pessoa. Nesse ponto, perdi também a confiança no ser humano.
Trabalhei numa empresa de telecomunicações; dava meu sangue por ela. Quantos sábados, domingos e feriados perdidos em nome de um «ideal». Bem certo que me foram pagas as horas-extra, centésimo sobre centésimo, mas, quando terminou o conto-de-fadas, todos para a rua. Sem ai, nem mais.
Foi então, que se me reacendeu: porque você não deposita suas esperanças no amor? Não é necessário dizer que a reação durou poucas semanas. Talvez alguns meses, um ou dois pares deles. Comunismo? Muito vago. E então, eu pergunto: é possível confiar em algo ou em alguém?
2 Comentários:
Vossa Alteza está a fazer jus a um régio presente: uma edição, encadernada em marroquim e com letras d'ouro, das obras completas de Roberto Esfirrashiki. Lá, dúvidas como as vossas encontram respostas, lenitivos e curas.
confiai nas putas, alteza. o namoro a dinheiro é o mais sincero que há.
Enviar um comentário
<< Home