Estados demenciais
Depois duma corrida de cem metros, esfalfadíssimo, virou prò lado, atrás da companheira de jogo e arrematou entra gigantescas pausas pra respirar: «Depois de ter corrido de social, só me falta engasgar e começar a falar húngaro».
Se la vida fosse assim bela como tanto propagam, não existiriam empregos, não precisaríamos enfurnar-nos oito horas dentro de lugares fechados, chateando-se ou valendo-se do público para tal. Estaríamos deitados pelos gramados, não haveria as Marginais, nem assassinos, nem presídios. Também não teríamos corações estancados ou em palpitações delirantes. Sarebbe bello. Teríamos autonomias, autonomias internas nossas e Deus nos mandaria manás. Não haveria pessoas histéricas, nem metrôs para nos chocarmos, compressos como atum.
Nem gente que não sabe andar chocando-se como joões-bobos pelas ruas, pelas laterais da Catedral; não teríamos essas melancolias baratas presas entre a bexiga e a genitália. Não teríamos de sofrer por aquilo que não possuímos.
Um professor disse-nos em sala, dia destes, que algo muito próximo da felicidade absoluta é quando se tem deleite com uma música ou com um poema. De-improviso, percebi a razão abissal do dito.
Mas nada nos impede que corramos por calçadas desertas, gritemos em húngaro, discutamos em italiano, urinemos em basco e comamos em finlandês. É tudo uma simplérrima questão de aceitar, de subir ao telhado e falar com as telhas da cumeeira ou trocar filosofias vegetais com um pé de couve-repolhuda, ou com o chuchu que se dependura no muro e lembra a silhueta de Nietszche.
Ou nada disso, somente um sono absurdo que faz coçar os olhos e obriga-nos a comprar gingobiloba. Se eu fosse o presidente da República, por exemplo, se me batesse o sono, mandaria o Ministro da Ciência e Tecnologia fazer um pronunciamento em rede nacional vestido de colhinho.
Também há a possibilidade de usar interjeições esquisitas, que semelham-se a outras línguas, mas não querem dizer nada.
Ou talvez não.
Se la vida fosse assim bela como tanto propagam, não existiriam empregos, não precisaríamos enfurnar-nos oito horas dentro de lugares fechados, chateando-se ou valendo-se do público para tal. Estaríamos deitados pelos gramados, não haveria as Marginais, nem assassinos, nem presídios. Também não teríamos corações estancados ou em palpitações delirantes. Sarebbe bello. Teríamos autonomias, autonomias internas nossas e Deus nos mandaria manás. Não haveria pessoas histéricas, nem metrôs para nos chocarmos, compressos como atum.
Nem gente que não sabe andar chocando-se como joões-bobos pelas ruas, pelas laterais da Catedral; não teríamos essas melancolias baratas presas entre a bexiga e a genitália. Não teríamos de sofrer por aquilo que não possuímos.
Um professor disse-nos em sala, dia destes, que algo muito próximo da felicidade absoluta é quando se tem deleite com uma música ou com um poema. De-improviso, percebi a razão abissal do dito.
Mas nada nos impede que corramos por calçadas desertas, gritemos em húngaro, discutamos em italiano, urinemos em basco e comamos em finlandês. É tudo uma simplérrima questão de aceitar, de subir ao telhado e falar com as telhas da cumeeira ou trocar filosofias vegetais com um pé de couve-repolhuda, ou com o chuchu que se dependura no muro e lembra a silhueta de Nietszche.
Ou nada disso, somente um sono absurdo que faz coçar os olhos e obriga-nos a comprar gingobiloba. Se eu fosse o presidente da República, por exemplo, se me batesse o sono, mandaria o Ministro da Ciência e Tecnologia fazer um pronunciamento em rede nacional vestido de colhinho.
Também há a possibilidade de usar interjeições esquisitas, que semelham-se a outras línguas, mas não querem dizer nada.
Ou talvez não.
5 Comentários:
Schpratzkatz!
ola, adorei teu blog, posso linkar no meu?
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
interjeições que não signifiquem nada a não ser...!
as corridas que sempre sejam sem rumo! entre nós, pelo menos, companheiro, caríssimo.
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